O que é a Síndrome de Guillain-Barré, que Reynaldo Gianecchini foi diagnosticado?
- Sarah Diógenes
- 14 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de jun. de 2024

Reynaldo Gianecchini, descobriu a Síndrome de Guillain-Barré enquanto se preparava para o seu novo musical “Priscilla, a Rainha do Deserto” e falou sobre isso em Podcast: https://www.youtube.com/watch?v=LNJUs92yvgw
O que é a síndrome de Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain-Barré (SGB), também conhecida como polirradiculoneurite aguda, é uma doença de caráter autoimune que acomete primordialmente a mielina (estrutura lipídica que cobre os axônios dos neurônios, responsável pela rápida condução de impulsos nervosos) dos nervos periféricos de forma aguda/subaguda. A incidência anual é de 1-4 casos por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos de idade.
A maioria dos casos ocorre de maneira esporádica. Aproximadamente 60% a 70% dos pacientes com SGB apresentam alguma doença aguda precedente (1 a 3 semanas antes), sendo a infecção por Campylobacter jejuni a mais frequente (32%), seguida por citomegalovírus (13%), vírus Epstein Barr (10%) e outras infecções virais, tais como hepatite por vírus tipo A, B e C, influenza e vírus da imunodeficiência humana (HIV). Outros fatores precipitantes de menor importância são cirurgia, imunização e gravidez.
Quais são os sintomas?
A síndrome de Guillain-Barré pode apresentar diferentes graus de manifestação, desde quadros leves, com apenas alteração de sensibilidade nos membros e fraqueza muscular até graves, que incluem comprometimento da respiração, dificuldade de engolir ou de falar.
Os sintomas principais da Síndrome de Guillain Barré são fraqueza muscular e alteração da sensibilidade ascendentes: começam pelas pernas, podendo, em seguida, progredir e afetar mãos, abdome, braço, tronco e face.
No exame neurológico, evidencia-se redução ou ausência de reflexos.
Como é feito o diagnóstico?
Para ser realizado o diagnóstico, é necessário ter um quadro clínico compatível, com fraqueza progressiva de mais de um membro ou de músculos cranianos de graus variáveis e Hiporreflexia/arreflexia distal. Além disso, em grande parte dos casos são necessários exames complementares como: Análise do Líquido Cefalorraquidiano (Líquor) e/ou Eletroneuromiografia (ENMG).
Análise do Líquor:
a) Alta concentração de proteína
b) Presença de menos de 10 células/mm3
ENMG típico:
São necessários três dos quatro critérios abaixo
(geralmente ausentes antes de 5-7 dias, podendo não revelar anormalidades em até 15%-20% dos casos, após esse período):
a) Redução da velocidade de condução motora em dois ou mais nervos
b) Bloqueio de condução do potencial de ação motor composto ou dispersão temporal anormal em um ou mais nervos
c) Prolongamento da latência motora distal em dois ou mais nervos
d) Prolongamento de latência da Onda-F ou ausência dessa onda
A progressão dos sinais e sintomas não pode ultrapassar 8 semanas e a recuperação inicia 2-4 semanas após fase de platô.
Qual é o tratamento?
A realização ou não de Tratamento específico depende se o paciente ainda está na fase aguda da doença e da sua Escala de Gravidade.
A imunoglobulina humana é o tratamento mais comum para a síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma infusão na veia, por cinco dias seguido, realizado no hospital. Outra opção de tratamento, é a Plasmaferese, técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente. Ambos são considerados eficazes para o tratamento da doença.
Sarah Diógenes Alencar 🧠
Neurologista e Epileptologista
CRM SP 243.337 l RQE: 110.082
Atendimento Presencial em Fortaleza e Teleconsulta para todo Brasil.
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